quinta-feira, 1 de março de 2007

O início


Tudo começou com o Celso, eu queria estudar o Nordeste de Celso Furtado. Depois Gilberto chegou de mansinho e resolvi escrever sobre as concepções de Nordeste de Gilberto Freyre e Celso Furtado, seus contrastes e suas aproximações. Até que, num bizarro dia, eu estava num congresso, falando justamente sobre as agruras de se escolher um objeto de estudo, quando surgiu uma aparição: uma mulher toda de branco me cutucou. Ela me falou que eu deveria mesmo era estudar Josué de Castro.E depois sumiu.[1] Aí veio meu projeto megalomaníaco: escrever uma dissertação que contrastasse as concepções de Nordeste de Gilberto Freyre, Celso Furtado e Josué de Castro.
Mas, no momento da qualificação, entendi como uma banca pode acabar com nossos devaneios. Foi, a banca me chamou à terra, me mostrando que eu não cumpriria isso no curto período de um mestrado. Fiz, então, a dissertação "Conversas Nordestinas: Celso Furtado e Gilberto Freyre". Mas minha vontade de estudar Josué de Castro permaneceu. Eu estava decidida: o médico pernambucano seria o tema do meu doutorado.
Andando pela Travessa do Ouvidor, no Centro do Rio, entrei em uma livraria e me deparei com o livro "Josué de Castro e o Brasil". O comprei e li seus artigos à procura de inspiração para escrever meu projeto de doutorado. Entre eles, encontrei "Uma hermenêutica do ciclo do caranguejo", do médico Djalma Agripino de Mello Filho, que chamava a atenção para a conexão entre Josué de Castro e os mangueboys. Pronto, achei meu tema! Sendo fã das bandas Nação Zumbi e mundo livre s.a., consideradas o núcleo do chamado Manguebeat, pensei em unir o útil ao agradável. Minha idéia era analisar a atualização do pensamento de Josué de Castro proposta pelos mangueboys. E assim comecei minha pesquisa, chamada "Mangue: a lama, a parabólica e a rede".
[1] Depois descobri que era só uma professora que estava passando pela sala e resolveu entrar.

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