terça-feira, 29 de maio de 2007

Um vídeo vale mais que um monte de palavras!!




E ESSE ANO ELES TOCARAM NO ABRIL PRO ROCK!!!

quinta-feira, 24 de maio de 2007

o cheiro de queimado

Acordei às 9:30 (tarde, muito tarde pra vida que era minha até bem pouco tempo atrás. Cedo, muito cedo pra vida que tem sido minha desde há um tempo atrás.). Me dirigi determinada e impulsivamente para meu computador, aquele que bravamente tem me acompanhado há quase quatro anos, meu fiel companheiro, meu Sancho Pança. Minha determinação era pra deixar essa vida de ócio culpado para trás e colocar em dia todo o trabalho que se acumula em montanhas de papel aos pés da escrivaninha, a que abriga meu doce e bravo computador. Apertei sem pestanejar o botão e, enquanto ele, o computador, se ocupava de despertar totalmente, fui escovar os dentes e lavar o rosto (afinal, isso é o mínimo, né). Voltei, chequei os emails (inclusive o da seleção de atores, um trabalho muito divertido, vocês nem imaginam). Chequei o orkut, estou atrás do contato do MC Magalhaes, mas parece que ninguém o viu vendendo bala por aí. Se alguém o encontrar, por favor, me avise. E comecei a grande tarefa do dia: terminar, de uma vez por todas, a resenha de um livro de antropologia. Em inglês, blargh...Tudo estava indo bem e parecia que, antes do meio dia, eu conseguiria cumprir essa tarefa e partir para outras (vocês bem sabem que eu adoro um tarefário). Eis que, sem aviso prévio, a tela ficou preta, a luzinha verde da torre se apagou, e eu senti um cheiro de queimado. Mantive a calma, a última vez que senti um cheiro de queimado foi um incêndio no prédio da frente (ninguém se machucou, mas o porteiro do meu prédio anda neurótico). Imagina pra que me preocupar se pode ser o prédio vizinho que está pegando fogo e não o meu computador? Vamos lá, Sancho andava revoltado. Eu ligava, ele desligava, eu ligava, ele desligava...Ele me venceu e veio o desenrolar previsto pra esse tipo de situação (pelo menos no meu profile, isso é o que se espera): o desespero, o choro, o quase suicídio...minha vida, meu mundo está naquela bodega que não liga mais, que não me atende!! Pra quer viver assim??!!! Lágrimas quase secas, liguei pro Urso, a única pessoa que entende e conserta as desfeitas que Sancho me faz. Ele percebeu meu desespero pelas inúmeras ligações seguidas gravadas no seu celular e disse: logo logo passo aí e busco o teimoso. Sancho, agora, está nas mãos do Urso. Ai, ai, só posso dizer que estou com um vazio no peito e meu coração dói toda hora que olho e vejo aquele buraco na escrivaninha. Espero que Sancho volte logo. E forçosamente, continuo minha vida de ócio culpado. Ah, o cheiro de queimado, dessa vez, não vinha de nenhum prédio vizinho. Vã esperança, a minha.
P.S.: Pensando aqui com meus botões. O certo seria ócio com culpa e não ócio culpado, não é??

quarta-feira, 23 de maio de 2007

oi, coisinha!!

Pois é, combinando preguiça e necessidade, hoje vou fazer um anúncio aqui!


segunda-feira, 21 de maio de 2007

Clarisce


Apontando para a foto aí ao lado, eu disse para a Mami: “Essa foto é de Clarice...”. Mas, antes que eu terminasse, Sílvia me interrompeu, exclamando: “Sim, Clarisse é amiga de Rejane, dirige o filme com ela!!”. Mami, assustada, franziu a testa e pensou que era uma dificuldade de compreensão do idioma, pois ela é espanhola, e nós estávamos falando em português. Mas ao ver meu rosto que oscilava da foto para Silvia e da Silvia para a foto, Mami percebeu que o erro de compreensão não era dela. Pois é, Clarisse, a Vianna, foi confundida com a estátua de Clarice, a Lispector.

A foto ao lado, não se iludam, não se confundam, não é da Clarisse, mas da Clarice, que mora na praça em frente a um hotelzinho fuleiro que fiquei hospedada, em Recife. A praça eu não lembro o nome, claro. O Hotel, nunca vou esquecer, se chama América. Como Clarisse, a Vianna, percebeu, essa Clarice, a Lispector, está em dimensão 1 e meio. Pois é, só vendo o tamanho da cabeça e dos pés da criatura. E, fosse dia ou fosse noite, ela estava lá, teclando, ou melhor, datilografando. Coitada, eternamente aprisionada à função...

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Eu vim e vou com a Nação Zumbi

Não, essa foto não é um repentino saudosismo da moda-break da década de 80. Ou, pensando melhor, talvez seja. Já que o dono do pé abrigado por esse tênis saído do túnel do tempo (não sei se do passado ou do futuro, isso fica ao seu bel-prazer) fazia parte da legião hip-hop, grupo de street dance de Recife. É Jorge Du Peixe. E o pé foi fotografado durante a tão esperada entrevista, que aconteceu dia 24 de abril, em uma padaria no bairro de Perdizes, São Paulo.

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Rio, de Janeiro,12 de maio, e o pé citado acima pisa o palco do Circo Voador pela n-ésima vez. Pelo Circo desfilam tênis Adidas, chinelos Havaianas, All Stars, algumas sandalinhas, e por aí vai...uma variedade imensa de sapatos que, na sua maioria, indicam o penteado de seu “dono”, ou vice-versa. Independente do que se tem no pé ou na cabeça, todos pularam ouvindo “meu maracatu pesa uma tonelada”. De onde eu estava, parecia uma grande massa de cabelos se movimentado para baixo e para cima, de um lado pro outro. Atrás de mim, uma menina sandália-cabelo-com-franja, disputava meus ouvidos com Jorge Du Peixe. Ela cantava, ou melhor, berrava todas as músicas. No ouvido direito só dava pra registrar a voz dela. O ouvido esquerdo se esforçava para ouvir a Nação. Tenho certeza que todos ali pensaram: Eu vim com a Nação Zumbi...e eu vou com a Nação Zumbi. Show da Nação não dá para explicar, tem que ir pra ver, dançar, berrar, pular, sentir.



Ah, sim, e o cheiro...não dá pra não citar o famoso odor do Circo. Quem já foi sabe qual é, quem não conhece, pode imaginar.




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Antes da Nação, tive a alegria de assistir o show do China. Tirando o Caio Blat que passou o show inteiro no palco, tirando onda não sei de que, o show foi muito, muito bom. Cheguei em casa e entrei na comunidade “Quero dançar como o China”.




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Sim, esse blog anda bem abandonado. Peço desculpas aos meus leitores anônimos (eu acredito que vocês existem, assim como acredito nos gnomos). O primeiro motivo se justifica pelo tênis acima, as últimas filmagens do filme me afastaram de todo o resto da vida. O segundo é que ando abrigando um ser estranho dentro de mim, que não me deixa ficar de pé por mais de 2 horas. Alguns dizem que isso se chama preguiça. Eu não sei, acho que estou possuída, e tenho a impressão de que é verde.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

fusao?

Pelo seu nome, Manguebeat é geralmente traduzido literalmente como Batida Mangue e costuma ser entendido como um estilo musical marcado pela fusão de ritmos regionais (como o maracatu) com ritmos pop (como o rock).
Da fusão de ritmos regionais brasileiros (como o maracatu, o samba, o coco, e algumas outras vertentes), aos ritmos pop globais (como o funk, o hip hop, o punk e o jazz), nasce uma síntese muito interessante e inteligente que reflete, a partir da miscigenação de ritmos distintos, a interação entre as diversas culturas do globo[1]

Apesar de aparentemente explicitar com clareza o que representa o Mangue, a definição acima está equivocada porque pensa em termos de síntese e fusão. Dentro do Mangue é realmente possível apreender a interação de diversas manifestações culturais do globo, pois a diversidade é um elemento chave da “cena” Mangue. No entanto, isso não significa síntese, muito menos fusão, como explicita a fala de Renato L:

Mangue não é fusão de coisas eletrônicas com ritmos locais, por exemplo. O mundo livre s.a. que é a banda parceira do Nação Zumbi nessa história, quase não trabalha com sons regionais; a parada deles é a música pop com samba. Hoje em dia, acho que não é mais mangue o chapéu de palha e os óculos escuros, a batida do maracatu com uma guitarra pesada à Lúcio Maia – aliás, isto nunca foi. O som da Nação sempre foi muito rico, não se resumindo a esse clichê. Mangue, hoje em dia, continua sendo a diversidade, o senso de cooperação entre as bandas que vem se espalhando por outras áreas.[2]

Se a metáfora da fusão não dá conta da complexidade do Mangue, a metáfora da fluidez pode dizer mais sobre essa Cena, que pode ser pensada na forma do “neotribalismo” sugerido por Michel Mafessoli. O “neotribalismo” é a expressão de um novo vínculo social (ethos) surgindo a partir da emoção compartilhada ou do sentimento coletivo.Ao contrário da estabilidade induzida pelo tribalismo clássico, o “neotribalismo”, se configura pela fluidez, as reuniões pontuais e a dispersão. Segundo Mafessoli, (...) a ambientação do tempo e do lugar que irá determinar a atividade, a criação: quer seja a criação das obras de cultura, ou a criação microscópica da vida do cotidiano.[3]




[1] MOFFA, Luiz Guilherme op. cit.
[2] L, Renato (entrevista) “Mangue não é fusão” In: Manguenius (http://www.terra.com.br/manguenius/artigos/ctudo-entrevista-renatol.htm)
[3] MAFESSOLI, Michel O tempo das tribos Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2002 (p.I)