quinta-feira, 5 de julho de 2007

Circulando


Ei, tem alguém aí? Depois de todo esse silêncio, desse sumiço? Depois de uma maratona, hoje voltei aqui pro meu cantinho na lama e percebi que, por um dia apenas, fiquei quase um mês out. Mas eu tenho uma explicação, eu peço perdão! Vejam o que me aconteceu...

Foi assim, eu estava em Niterói, fui visitar uma avó, não minha, mas todos a chamavam de vó. E tinha uma mãe também, não minha, mas todos a chamavam de mãe, e ela fritava hamburguer sem parar. Todos de frango. Mas ela não parava. Saí de lá e peguei um ônibus. Logo achei estranho, ouvi dois caras conversando, um papo muito estranho. Um deles com uma camisa escrita “Nietzsche da mente”. Vai entender! Mas, de repente, eles falaram no meu nome. Não, não era coincidência! Eles falavam sobre mim. Tudo bem que exageraram um pouco dizendo que eu tocava maracatu. Tentei entrar na conversa, mas não consegui. Tentei saber os nomes deles, mas não consegui. Eles só atendiam por “jovem 1” e “jovem 2”. E o “jovem 2”, o “Nietzsche da mente”, misteriosamente sumiu.

Resolvi deixar isso de lado e fui me sentar em um dos bancos dianteiros. Encontrei uma adolescente emo, que atendia por “ema”, espirrando sem parar. Ela conversava com uma “perua”, que dizia ter entrado naquele ônibus por motivos diversos. Até agora não entendi se ela era um travesti ou um protótipo de Maria Bethânia. Mas teve gente a chamando de “Bento Carneiro”. Sabe, o Bento Carneiro? O vampiro brasileiro.

Mas a coisa toda complicou quando um “vendedor de canetas” entrou ao mesmo tempo que um “vendedor de balas” no ônibus. Ah, gente, foi muita confusão. Agravada pela entrada de um “cego” e sua “acompanhante”. Um cara que estava o tempo todo falando no celular, um “mauricinho”, resolveu controlar a confusão e coordenar uma votação, proposta pela “perua”. Os passageiros tinham que escolher quem permaneceria no ônibus. Isso só agravou a confusão, todo mundo acabou brigando. Se batendo mesmo.A coisa toda virou um programa de auditório, um circo, um hospício. Aí o “motorista” resolveu intervir. Mas quem controlou mesmo a confusão foi um “assaltante”. Pois é, o ônibus foi assaltado! E no meio do assalto, surgiu uma banda tocando. Eu acho que eu conheço aquela banda, mas como todos ali, eles também não tinham nome...era só uma banda animada no meio de um assalto.

Quando eu finalmente consegui descer desse ônibus, que era “circular”, percebi que passei um mês lá dentro!! Um mês!!! Fiquei com inveja de uma passageira, ela tem 35,3 trabalhos e nunca dorme. Preciso disso em “my life”. Mas, por incrível que pareça, comecer a sentir saudades daquele ônibus. Mas alerto a todos, cuidado quando pegarem um “circular” por aí.