quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Eles eram punks antes do punk

Era o fim da década de 1960 e o início da década de 1970 e a palavra punk ainda não constava no dicionário como “pessoa jovem que gosta de musica punk e se veste de uma forma chamativa e não convencional (...)” ;“(...) uma música tocada de forma rápida, alta e agressiva e freqüentemente é um protesto contra atitudes e comportamentos convencionais.”[1]; “(...) movimento contestador reunindo jovens que exibem vários signos exteriores (cortes de cabelos, roupas) de provocação e escarninho com relação à ordem social vigente”; “(...)corrente musical surgida na Inglaterra na Grã-Bretanha”[2]; “(...)membro de movimento não conformista surgido na Inglaterra ao final dos anos 1970 que adota diversos sinais exteriores de provocação por completo desprezo aos valores estabelecidos pela sociedade.”[3]

James Chance, que está aí embaixo com The Contortions lembra que Originalmente, punk significava um cara na cadeia que é estuprado. E ainda significa isso para o pessoal na cadeia.(Punk Attittude - documentário de Don Letts)

Naquela época o Rock Progressivo estava no auge:

Por volta de 1971 foi inventado o mini-moog: um sintetizador portátil, no tamanho de uma máquina de escrever elétrica, tomando o lugar dos teclados tradicionais em muitos grupos de rock. Esta foi a tecnologia básica de um novo gênero de som circense e alienante chamado space rock (rock espacial). Tão em voga quanto o rock progressivo. As ambições e pretensões dos músicos desses dois gêneros de rock eram tamanhas que a coisa era considerada (por eles mesmos)...neoclássica. E vendia tanto que esses supergrupos já eram, basicamente, corporações multinacionais. [4]

E enquanto o rock progressivo se consagrava em todo o mundo, Nova York tinha, às margens de sua urbanidade, uma vida noturna pouco virtuosa e nada progressiva. A recusa ao rock progressivo não era improdutiva: havia a idéia de uma regeneração que só era possível destruindo, mediante o escárnio e a ação contrária, o totem do rock progressivo. Assim se buscava impor a noção de um grau zero na música.[5]

Dick Manitoba - The Dictators: E na Nova York antes de 75, a cena punk rock estava começando a borbulhar. Mas ninguém sabia o que seria a cena punk rock. (Punk Attittude - documentário de Don Letts)



[1] Collins Cobuild

[2] Houaiss

[3] Aurelio

[4] BIVAR, Antonio O que é punk São Paulo: Ed. Brasiliense, 2000 (p. 35/6)

[5] PUJOL, Sergio Las ideas del rock Rosario: Homo Sapiens Ediciones, 2007

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