
dia 10/12, às 16 hs, no Ponto Cine
Então, já que a gente tava tão isolado de tudo, a tecnologia te dava essa sensação que a gente tava compartilhando alguma coisa com aquele vasto mundo lá fora.[1]
Essa fala de DJ Dolores poderia servir de resposta à provocação de Pedro Só quanto à efetividade da relação dos mangueboys com a tecnologia. A presença da tecnologia no ideário do Mangue não se resume, de forma alguma, a uma simples questão de ser efetivada na prática. Mais do que uma questão de ser ou não usuário de computador, de ter ou não propriamente uma relação com a tecnologia, a importância estava no aspecto de ícone assumido pela tecnologia no discurso dos idealizadores da Cena Mangue. Mais do que um instrumento de ordem prática, a tecnologia é um símbolo, como também foi colocado por DJ Dolores:
A tecnologia era um ícone tão importante que se você for ver direitinho nos discos dos meninos, nos primeiros discos, isso daí é super explícito. No disco do mundo livre tem desenhos de chips, eles colavam chips pelo corpo e tal. Embora Fred Zero Quatro seja até hoje um completo analfabeto tecnológico. Como símbolo era uma coisa muito importante. E o Chico Science & Nação Zumbi usou mpc no Da lama ao caos, que era o grande instrumento do hip hop, a guitarra do hip hop. Eu fiz a capa do disco do Chico Science & Nação Zumbi, eu fiz questão de usar um computador. Acho que era um 286. Então, se vocês forem ver, a resolução é uma merda. Se a gente fizesse com outra técnica ia ficar muito melhor. Mas era importante, pra gente, usar computador. Era importante pra gente gerar som e imagem que dissesse que a gente usou a tecnologia mais de ponta que a gente tinha naquele momento.[2]
O que essas imagens têm em comum? O primeiro CD do mundo livre s.a., lançado em 1994; o segundo CD de DJ Dolores, lançado em 2005 e o último CD da Nação Zumbi, lançado em 2007? Para mim, a primeira conexão que vejo é o plug, a referência ao plug. Na primeira com os teclados de telefone, na segunda com fios e plugs embolados saindo do coração e na terceira com fios e plugs também embolados e saindo daquela barriga.
Por essas imagens, fica claro que o plug é um símbolo importante na composição do ideário do Mangue. O plug estava presente também no figurino, como o jornalista Pedro Só anunciou, em 09 de julho de 1993, na primeira matéria sobre Mangue escrita em um jornal carioca:
“No figurino mangueboy não podem faltar o chapéu de palha e o colar do plug – explicado pelo slogan “plugue-se” e vendido para os fãs.” (“A poesia da miséria” – Jornal do Brasil)
O plug não estava só nos pescoços e nas capas dos CDs dos mangueboys, mas na vontade deles de conectarem Recife com o mundo e a crença de que uma das vias para essa conexão era a tecnologia. Sim, isso fica óbvio na imagem-símbolo do Mangue: uma parabólica enfiada na lama. Desde o início, o ideal era uma conexão do local com o mundo através da tecnologia, como DJ Dolores falou:
“E outra coisa que eu acho que acontece no Norte e no Nordeste e em qualquer outra área do mundo que é isolada economicamente, geograficamente, é uma puta sede de participar do resto do mundo. Pra gente que era moleque, então, a tecnologia representava isso daí, representava você tá incluído dentro do mundo, tá no resto do mundo”[1]
Quase 15 anos após ter apresentado a Cena Mangue aos jornais cariocas, Pedro Só lembrou, entre gargalhadas, que ao escrever sua matéria no Jornal do Brasil, duvidava da veracidade da ligação entre mangueboys e tecnologia:
“É aquela coisa, um caô bem jogado, um rótulo bem sacado, um nome bacana. Na verdade, eles contam que eles chamavam de Cena Mangue. Aí a mídia colocou o bit, por causa da música do mundo livre. E também porque dava dupla leitura do bit/beat. Na época, o Chico Science nunca tinha pegado em um computador, em 93. Negócio de bit não era com ele.”[2]
A música a qual Pedro Só se referiu é manguebit, do mundo livre s.a.:
...continua...
[1] Entrevista com DJ Dolores – 09 de fevereiro de 2007 – Recife (por Rejane Calazans e Clarisse Vianna)
[2] Entrevista com Pedro Só – 02 de fevereiro de 2007 – Rio de Janeiro (por Rejane Calazans e Clarisse Vianna)
Ao falar sobre suas principais influências musicais, Chico Science nunca esquecia de citar Fela Kuti. O músico nigeriano, que criou o estilo conhecido como Afrobeat (uma mistura do Jazz americano com o Highlife da África Ocidental), não influenciou apenas Chico, mas foi referência para todos que se envolveram com a criação da Cena Mangue. Para saber mais sobre o músico que se candidatou a presidente da Nigéria (mas teve sua candidatura recusada), foi casado com 12 mulheres (ao mesmo tempo) e fundou da República Kalakuta[1] (cinematograficamente atacada por 1.000 soldados), vale à pena assistir ao documentário “Fela Kuti – a música é a arma”, todo disponível no youtube (abaixo com legendas em português). E também acessar o site Fela project.
[1] uma comuna, um estúdio de gravação e uma casa para muitos conectados à banda de Fela, a República foi declarada por ele como independente do Estado da Nigéria. A República Kalakuta foi atacada por mil soldados e incendiada.
teles@jc.com.br
O novo disco de DJ Dolores chama-se 1 Real. É o de embalagem mais luxuosa entre os seis que ele já lançou (contando com trilhas sonoras para cinema e teatro). Paradoxalmente suas ilustrações, e inspirações para algumas letras são calcadas nos sinais explícitos da impagável e peculiar miséria que assola o Recife: "O Recife é o centro das atenções neste disco, onde procurei relacionar o ambiente com a música", confirma DJ Dolores.
Os signos da vida abaixo do nível de pobreza estão espalhados pelos pela capa e encarte. Como por exemplo, os pequenos cartões com os quais mendigos pedem auxílio nas ruas e coletivos: "Faça hoje uma boa ação – Ajude-me comprando este por 0,50 aceito vale, passe e tickes (sic)". O título do CD vem de um "cardápio", de uma destas carrocinhas que vendem fast-food de origem duvidosa: "Pastel coxinha c/guaraná R$ 1".
Mas não se pense que o disco também é alicerçado nos ritmos regionais, ou apenas nestes. 1 Real é um trabalho de difícil catalogação, até porque DJ Dolores envereda também pela composição das canções, inclusive escrevendo letras. A faixa que abre o disco é um reggae, é assim explicado por ele, no encarte (em inglês): "Músicos não sabem como classificar sua própria música, e deixa esta tarefa dúbia para gerentes de marketing e jornalistas. Músicos querem fazer música e não se preocupam em qual prateleira o disco será colocado. De forma que deixemos os cães latirem enquanto a caravana dança".
Músicos talvez não se preocupem em rotular o que produzem, mas jornalistas têm que traduzir a música para o leitor. No caso de 1 Real nunca o rótulo world music se encaixa tão bem num disco. E por world music entenda-se música sem fronteiras: "A diferença para meus outros discos é que este está mais internacional", ratifica ele. E também o som mais aproximado do pop, como acontece em Shakespeare (de Caldão Volpato, feita para Senza vapore, disco de cabeceira dos mangueboys de primeira hora). Marion Del'Eite, cantora francesa que vive no Rio, a interpreta em levada de chanson, lenta e suave. Esta é para tocar no rádio.
Porém Shakespeare é antecedida por Wakaru, um caboclinho turbinado. "Há muitos elementos desconexos nesta canção: pífanos de caboclinho, linha de baixo de trance, uma rabeca melodiosa e um cara falando num japonês estropiado. Sacou a coisa? Nem eu, mas gostaria", diz Dolores.
O elemento surpresa se faz presente ao longo de todo o disco. Quem esperaria um surfe rock, meio indie, num disco de DJ Dolores? Flying horse é isto, ou melhor, como ele próprio explica: "Há uma faixa surpreendente de Saul Williams (rapper, ator e escritor americano) na qual ele se vale de surf music como fundo para um poema dele. Queria fazer algo semelhante, mas em certo momento perdi controle e a canção acabou soando como seria com uma velha banda de garagem brasileira se eles já tivessem computadores nos anos 70. Música tem vida própria, é só segui-la".
Depois de um rock, uma faixa intitulada Saudade, inspirada num forró dos anos 70, A velha debaixo da cama (Jonas Andrade), que também acabou saindo do controle, "Quando comecei esta faixa tinha aquela música na cabeça, mas não sei exatamente o que aconteceu. Talvez tenha sido o frio de Campos do Jordão (onde eu estava quando compus a música), mas acabou como uma coisa melancólica, sentimental".
Uma das melhores faixas do álbum é Tocando o terror, um carimbó cadenciado, com umas levadas latinas no meio, e uma guitarra matadora de Gabriel Melo (co-autor da canção). "Fui para o estúdio com a base pronta, porém sem ter idéia de como desenvolver a coisa. Então Gabriel veio com um tremendo solo e aconteceu", conta Dolores a criação da canção, que é cantada por Tiné (da Academia da Berlinda), um dos vários convidados do disco. As vozes quase todas são de Isaar (que está cada vez melhor cantora, com seu timbre único). Mônica Feijó, Cláudia Beija, Silvério Pessoa e Hugh Cornwell, da banda inglesa protopunk The Stranglers, são as outras vozes no disco.
Nos instrumentos, uma seleção de craques, entre os quais o sempre instigado guitarrista Fernando Catatau, o baixista Júnior Areia e Bactéria (Mundo Livre S/A), Dengue. DJ Dolores derrama-se em elogios a Yuri Queiroga, espécie de faz-tudo do disco, presente em quase todas as faixas, tocando de guitarra a ocarina.
No luxuoso encarte, Dolores em lugar das letras das canções, preferiu incluir pequenos textos, uns comentando as faixas, outros filosófico, como o de Cala cala (uma das poucas faixas que lembram ao primeira fase, com a Santa Massa, com a rabeca de Maciel Salu à frente): "Fico constantemente impressionado pelo tipo de convicção que é marca registrada do idealista extremado. Universo que o cerca é hostil ao seu ponto de vista – então eles atacam veementemente nosso mundo o qual – sob sua ótica – parece imperfeito e necessitando de ser transformado".
Lançado pelo selo belga Crammed (o mesmo de Cibelle, Bossacucanova, Konono nº1, John Lurie), 1 Real sairá primeiro na Europa, em fevereiro, quando DJ Dolores e a Aparelhagem embarcam numa turnê por sete países, começando em Portugal e terminando na França. "Não sei exatamente quando o disco será lançado aqui, mas pretendo fazer isto o mais breve possível, para viajar com o show também pelo Brasil. Estou negociando, pode ser que saia encartado em alguma revista. Vou fazer também uma edição mais simples, para vender nos shows", diz. Dolores socializa algumas canções para quem estiver a fim de conhecer um pouco do disco. Ele colocou cinco faixas no www.myspace.com/djdoloresaparelhagem, com as letras.
Recife, Livraria Cultura, tomo um café com Fred Zero Quatro, enquanto ele conta pra mim e pra Clarisse que entrou no you tube e encontrou um clip de "Soy loco por Sol"*. Diz, todo orgulhoso, que é uma animação muito bem feita e que a banda está tentando entrar em contato com os criadores, para pedir direito de uso. Nesse momento, chega sua produtora, Priscila, que diz que não consegue contatar os criadores do clip. Ela suspeita que eles estejam temerosos, pensando que a banda quer cobrar direitos pelo uso da música, quando, ao contrário, eles querem o direito de uso da imagem criada pelos fãs quase anônimos.
Ass: Zero Quatro, com a colaboração de Renato L.
Sempre achei estranho que existisse um segundo manifesto do Mangue, se nunca houve um primeiro. Afinal, "Caranguejos com cérebro" era um release.
Renato L: “Quando o release chegou nas redações, até pelo tipo de texto como foi construído, a imprensa começou a chamar aquilo de manifesto. “Manifesto Mangue, Manifesto Mangue, Manifesto Mangue.”[1]
Mabuse: “... mas era um release, não tinha “Ah, vamos lançar um manifesto”, era um release...”[2]
“Quanto vale uma vida”, o segundo manifesto do Mangue, foi escrito por Renato L e Fred Zero Quatro, em homenagem a Chico Science, logo após a sua morte. Esse foi um momento crítico para os mangueboys dado que a figura de Chico Science era o ícone do Mangue. Quando, em 2 de fevereiro de 2007, o carro que Chico Science dirigia se chocou com um poste na avenida que liga Recife a Olinda, a morte do cantor foi vista pela imprensa como a morte do Mangue. A dúvida quanto ao fôlego de sobrevivência da Cena Mangue já rondava a imprensa desde os lançamentos dos Cds Afrociberdelia, segundo CD de Chico Science & Nação Zumbi e Guentando a ôia, segundo CD de mundo livre s.a., em
-Não, o segundo manifesto já é assumido como manifesto mesmo. Deixa quieto.
(- E segundo.)
- Como?
(- Segundo.)
- É o segundo, exatamente. É verdade, não tem o primeiro, mas tem o segundo, é verdade. É verdade, pois é, esse movimento é cheio de falhas na construção. É um fracasso, é um fracasso. (risos) [4]
[1] Entrevista com Renato L - 09 de fevereiro de 2007 – Recife (por Rejane Calazans e Clarisse Vianna)
[2] Entrevista com Mabuse – 09 de fevereiro de 2007 – Recife (por Rejane Calazans e Clarisse Vianna)
[3] Entrevista com Renato L, por telefone – 25 de janeiro de 2006 (por Rejane Calazans)
[4] Entrevista com Renato L - 09 de fevereiro de 2007 – Recife (por Rejane Calazans e Clarisse Vianna)
E o Mangue não era necessariamente fusão. Parece o punk em NY, se no punk inglês, a maioria das bandas pegou aquela base sonora dos Ramones e transformaram, vamos dizer, o punk num estilo musical, todas as bandas injetavam alguma coisa nova. Tipo sex pistols, buzz, the clash, todas botavam alguma coisa nova no som. Mas a base, era a base sonora dos ramones. Isso o punk inglês, já em nova York, existia a idéia do punk, mas havia uma total diversidade musical. Tipo tal king heads não parecia com som de ramones que não parecia com som de the sets que não parecia com som de television. O punk não era um estilo musical, era aquela atitude de fazer musica ali naquele lugar, naquele barzinho. Mas não era, não tinha uma comunidade sonora, não era um estilo musical. Depois quando foi pra Inglaterra, se tornou. E o Mangue tem a ver com isso(...)[1] A gente é dessa estética, se aproximando da estética punk, de atitude e musicalmente falando também. É de você tentar correr atrás, o máximo, correr mesmo, tentar se agarrar ao que você quer fazer. Chico era um cara muito determinado nesse sentido. É o que dava o empurrão em todo mundo, que batia de porta em porta, chamando os caras. E o que a gente se aproximou mais dessa cena punk e tal, acho que foi dessa cena inglesa, onde brancos e negros se encontraram pela primeira vez. E o Clash é um ícone maior também. Acho que o mais próximo do que é punk. O Clash se projetou no mundo de uma maneira, não tinha como deixar de ver, de ouvir...[2] eu acho que o punk, cara, foi um ... Não chegou a ser um movimento também não. Porque se você parar e for ver a fundo, não existiu uma estética própria não. não era um movimento. E também durou quanto tempo, o punk? Ao mesmo tempo aquilo ali, a idéia do despojamento e do impacto visual, da contra-cultura, isso foi mais importante do que a estética musica, que quase não existiu. Não existiu uma estética punk. Então é muito mais uma parada intelectualizada do que uma estética musical. Era mais comportamental. Assim como o movimento mangue também. Não era uma estética musical, nunca foi.[3]
Em qualquer lugar do mundo, por mais carente que seja a comunidade, haverá sempre uma guitarra vagabunda plugada num amplificador podre e uma bateria de lata para que garotos descubram a inigualável experiência de fazer os seus próprios sons. E, uma vez que montem suas primeiras bandas, eles decerto quererão escrever letras que falem do seu cotidiano e de suas inquietações, seja de forma brincalhona ou sisuda, coerente ou delirante. Pois bem, isso é punk rock. [1]
No Brasil, a cena punk se embrenhou em diversas cidades. Mas as cidades-ícones foram São Paulo e Brasília. Brasília de onde surgiram as bandas do B-Rock na década de 1980. Em São Paulo, os punks prometiam "Estamos aqui para revolucionar a música popular brasileira; para pintar de negro a asa branca; atrasar o trem das onze; pisar sobre as flores de Geraldo Vandré e fazer da Amélia uma mulher qualquer."[2] Mas, segundo Bivar, apesar da proposta ser genial, os punks de São Paulo não fizeram isso até agora. A asa branca, o trem das onze e a Amélia ainda não foram superadas. Talvez por isso o jornalista carioca Pedro Só diga que o punk de São Paulo deu mais certo em Recife, com o Mangue.[3] Para a jornalista paulistana Bia Abramo, o passo adiante que os punks de Recife deram ao criar a Cena Mangue foi terem se inspirado em Malcolm Maclaren:
(...) eles leram melhor o punk. Porque eles leram Malcolm Maclaren. Eles não leram simplesmente a rebeldia. Eles leram a armação.[4]
[1] ESSINGER, Silvio Punk. Anarquia planetária e a cena brasileira São Paulo: Editora 34, 1999 (p.15)
[2] Clemente - Inocentes - citado por Bivar em entrevista dada a Renato L, Diario de Pernambuco
[3] Entrevista com Pedro Só por Rejane Calazans e Clarisse Vianna em 03 de fevereiro de 2007
No material de qualificação da minha pesquisa, fiz referência à relação entre o Manguebeat e os punks. Essa afirmação causou estranheza à banca. Santuza Naves me perguntou como os mangueboys tão solares poderiam ter relação com os punks tão soturnos. Mas essa estranheza é apontada até mesmo pelos mangueboys, como Rogerman enfaticamente observou ao falar do início da Cena Mangue.
Sem dúvida, Mangue nasceu do punk, por mais louco que isso possa parecer. (...)[1]
De fato, se compararmos o estereótipo do Mangue com Chico Science, que foi grande ícone do Manguebeat, a estranheza só faz aumentar.
No entanto, Renato L e Fred 04 eram punks e não eram os únicos. Rogerman continua seu argumento de que a origem do Mangue estaria no punk.
Todos os cabeças do Manguebeat, Chico, Mabuse, Renato L, 04... 04 era punk mesmo. 04 era punk! Tinha filosofia punk de vida. (...) Então, aquela coisa de, a própria estrutura do Eddie na época, mesmo sem querer, a gente não tinha tanto esse foco como os meninos tinham, do punk, mas virou punk, porque a gente que fazia tudo. (...) Então, a atitude punk na época era sangue, suor e cerveja. Era se divertir, era fazer eventos, ir de encontro ao padrão vigente na época, musical, estético, você ir de encontro àquilo. [2]
Ou seja, Rogerman também nós dá pista para pensarmos que a influência do punk no Mangue estrapola os estereótipos, ela não está na aparência, mas no princípio: “Do it yourself!”.